5. O sermão do monte (8Jan23) – O sermão do alto – Fartura na Fome

Mateus 5 – As bem-aventuranças –  Mateus 5.1-6

Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos.

INTRODUÇÃO:

Em alguns exemplos históricos, os cristãos não promoveram justiça, como nas Cruzadas (sec XI e XII), onde os cristãos católicos marcharam à terra prometida e massacraram os mulçumanos para impor uma religião “oficial”. O Brasil também sofreu esse processo durante a colonização e quem não seguia os dogmas do catolicismo era acusado de heresias e bruxaria, sofrendo torturas, sendo condenados à prisão ou penas de morte. 

A inquisição ocorreu entre os séculos XII e XIX na europa e suas colônias, inclusive no Brasil. Teve milhares de vítimas. 

Segundo os historiadores foi o iluminismo e a revolução francesa que trouxe liberdade religiosa ao mundo (1789 – presente) com a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão.

O holocausto foi a perseguição aos judeus com atrocidades e extermínio em mas (6 milhões de mortos) por nazistas. Perseguindo também negros, ciganos e LGBT. Em 1948 com a Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) a liberdade religiosa foi institucionalizada, mas apesar disso a liberdade religiosa continua sendo um desafios aos mais diversos grupos, como conflitos em Israel (Guerra dos 6 dias em 1967); Yom Kippur (1973) e Primeira Intifada (1987).

Conflitos na Nigéria (Massacre dos Ibus (1966) e no Líbano (75-85).

Com isso os órgãos internacionais têm tentado apaziguar as diferenças em um mundo onde a maioria de 32% professa fé cristã, tendo maioria em 68% dos países; 0,2% professam o judaísmo; 7% o budismo; 16% se declaram sem religião, 23% o judaísmo, 15% o hinduísmo e 0,8% outras minorias, segundo fontes de 2018.

Se esses 32% da população de cristãos, verdadeiramente buscassem a prática da justiça, com certeza muitos impasses e até guerras seriam evitadas.

A maioria dos cristãos não se envolve com os problemas do mundo, fomes, guerras, etc, nem quer saber e se acham imunes às mazelas do mundo. Isto quando não são os próprios culpados pela mazelas em que muitos vivem!

Você que é empregado! Honra teu patrão?! Tem fome e sede de fazer o que é correto, mesmo que os demais colegas achem que você é um otário por defender os interesses do patrão!

Você que é patrão, consegue ir além do que a Lei manda, ou nem a lei cumpre?

Você que é jovem, honra teus pais? Mesmo que ache injustas algumas atitudes deles!

Você é vizinho! Consegue conviver em paz, mesmo que seu vizinho seja uma pessoa “difícil”?

Até aqui vimos que precisamos ser humildes de espírito, chorar e ser mansos e isso força nosso olhar para dentro de nós mesmos. No entanto agora, com a bem-aventurança da justiça o foco vai em direção ao nosso próximo. Não tem como ter fome e sede de justiça sem envolver pelo menos outra parte e se a questão é de justiça não deve ser apenas quando nos favoreçam, justiça não tem lado favorito, tem lado justo.

Ter fome e sede de justiça:

  1. Envolve relacionamentos, empatia com os problemas alheios.

Ouve-se que “fulano” é cristão nominal, ou seja, não tem compromisso real com a Palavra do Senhor nem com o Senhor da Palavra. Isso não pode ser aplicado a um cristão de verdade, porque não tem como ser cristão e não ter fome e sede de justiça.

Paulo afirmava: “Miserável homem que sou, quem me livrará do corpo dessa morte? Dou graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor. Assim que eu mesmo, com o entendimento, sirvo à lei de Deus, mas com a carne, à lei do pecado.” (Rm 8.24,25)

Ter fome e sede justiça:

  1. Vai além dos sintomas da doença pecado

Muitos podem pensar que fazer justiça é ser bom e agradável com as pessoas!

No entanto eu posso ser bom e agradável mas não ter empatia pelo sofrimento alheio, viver sem me preocupar com o que eles fazem ou quais suas necessidade. Muitos vão dizer, mas isso é problema deles, sim é deles e a partir do momento em que nós somos transformados pelo ES é problema nosso também.

Para quem acha que isso não é problema nosso, lamento em dizer, você ainda não conhece a Deus. Deus transforma nossas mentes carnais em espirituais e nos dá uma nova concepção do que seja justiça.

Ter fome e sede de justiça:

  1. Vai além do que a sociedade já faz

A justiça humana é baseada na lei dos homens. Os judeus eram mestres da Lei, no entanto foram duramente repreendidos por Jesus por que não tinham misericórdia em seus corações. Faziam o que a Lei mandava, mas não tinha compaixão. A parábola do Bom Samaritano nos dá uma exemplo claro disso, o legalismo é alimentado pela mente, não pelo coração.

Ter fome e sede justiça:

  1. Só sente quem tem a natureza transformada pelo Espírito Santo

Deus castiga a quem peca, mas perdoa a quem se arrepende. Em sua justiça, Deus não podia deixar nossos pecados impunes. Por isso, Ele levou nosso castigo sobre a cruz de Cristo. Agora todos que aceitam Jesus como seu salvador podem ser perdoados e se tornar justo. 

Ou seja nossa justiça vem de Deus e deve produzir frutos dignos de arrependimentos.

Augustus Nicodemus descreve a angústia de Lutero lutando por aceitação para explicar que o Deus justo, não utiliza esse atributo dele para julgar os culpados, mas para justificar os arrependidos.

Uma pessoa transformada:

  • tem vontade de jejuar (Jejum bíblico com motivação correta – “O povo pergunta a Deus: Que adianta jejuar, se tu nem notas? Por que passar fome, se não te importas com isso? O Senhor responde: A verdade é que nos dias de jejum vocês cuidam dos seus negócios e exploram os seus empregados. Vocês passam os dias de jejum discutindo e brigando e chegam até a bater uns nos outros. Será que vocês pensam que, quando jejuam assim, eu vou ouvir as suas orações? O que eu quero que vocês façam nos dias de jejum? Será que desejo que passem fome, que se curvem como bambu, que vistam roupas feitas de pano grosseiro e se deitam em cima de cinzas? Não! Não é esse o jejum que eu quero. Eu quero que soltem aqueles que foram presos injustamente, que tirem de cima deles o peso que os faz sofrer, que ponham em liberdade os que estão sendo oprimidos, que acabem com todo tipo de escravidão. O jejum que me agrada é que vocês repartam a sua comida com os famintos, que recebam em casa os pobres que estão desabrigados, que deem roupas aos que não têm e que nunca deixem de socorrer os seus parentes. (Is 58.3-7)
    • Contar que está Jejuando já é motivo para que Deus não se agrade.

Não há mandamento na Lei Mosaica para o jejum.

O primeiro jejum coletivo foi instituído em Juízes 20.21-26

O ímpio também Jejua (1 Reis 21.9,10)

O jejum condicional é encontrado em 2Cro 20.3.

Jejum tem a ver com comunhão, intimidade com o Senhor, a ponto de nos abster dos prazeres.

  • tem fome de ler a Bíblia
  • tem fome de santificação
  • luta para ter um relacionamento com Deus
  • busca a face do Senhor (e não só as mãos)

Quem tem fome e sede não mede consequência para saciar suas necessidades, no caso não mede consequências para promover a justiça, fazer o que é justo.

Ter fome e sede justiça:

  1. Nos leva a viver pela fé

“Porque no evangelho é revelada, de fé em fé, a justiça de Deus, como está escrito: Mas o justo viverá pela fé.” (Rm 1.17)

Temos na Bíblia vários exemplos:

  • Zaqueu (Lc 19.1-1) – cobrador de impostos, rico, (era ladão, bandido, considerado imundo pelos judeus)  – quando abriu sua porta para Jesus, foi transformado. “Pegarei metade dos meus bens e repartirei aos pobres e restituirei 4 vezes mais aqueles que eu defraudei” – A justiça divina que impacta os servos também transforma os desejos (fome e sede de justiça) – o que você está disposto a devolver?
  • Paulo (Fl 3.7,8) – “Aquilo que era ganho reputei perda por Cristo.” – do que você tem aberto mão?
  • Moisés – Falava Jeová a Moisés cara a cara, como um homem fala ao seu amigo. Depois voltou Moisés ao arraial; porém o moço Josué, seu servidor, filho de Num, não se apartava da Tenda. (Ex 33.11) – Como está sua intimidade com o Senhor?
  • A Mulher adúltera – Jo 8.1-11
  • A mulher Samaritana – Jo 4.4-42
  • O etíope – Atos 8.26-39
  • O gadareno – Mc 5.1-6
  • O rei Davi – Sl 130 “A minha alma anseia pelo Senhor mais que os guardas pelo romper da alva, ao amanhecer.” Sl 43 (também fala da sede por Deus).

CONCLUSÃO:

O ímpio tenta alívio de sua dor nos prazeres do mundo!

O servo do senhor tem fome e sede de justiça! Sua dor já está curada, então tem alegria em promover a verdadeira justiça!

Como estão os teus relacionamentos?

Você tem sintomas de pecados ou eles estão vivos e sendo bem recebidos em sua vida?

Como você pratica a justiça em seus relacionamentos? 

Você tem prazer em falar com Deus e ter um relacionamento com Ele?

E sua fé, como está?

A justiça promovida por Deus não tem a ver com méritos, pois “não há um justo sequer”, todos são pecadores (Rm 3.23)

Quem tem fome e sede não mede consequência para saciar suas necessidades, no caso não mede consequências para promover a justiça, fazer o que é justo.

O profeta Oséias expressou as bem-aventuranças quando disse: Conheçamos e prossigamos em conhecer ao Senhor…” (Os 6.3), só assim poderemos promover a verdadeira justiça.

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