INTRODUÇÃO
José, apelidado de Barnabé (Filho da Consolação; filho do Encorajador, aquele que fica ao lado) era conhecido na igreja primitiva e um homem muito atuante, generoso, abnegado, um discipulador. Foi ele que andou com o recém convertido Saulo, que passou a ser conhecido por Paulo, até aqui eram Barnabé e Paulo. Somente a partir do capítulo 15 de Atos é que Paulo aparece com o nome na frente de Barnabé. Isso é muito significativo para o judeu, pois eles sempre colocavam o personagem mais importante à frente.
É sabido que o nome dele era José, Barnabé era um apelido. Jesus costumava também apelidar seus discípulos (Pedro, o nome era Simão).
Um apelido tem um significado representativo para as pessoas o aplicam e provavelmente Barnabé chamava a atenção por ter características próprias de alguém que consola, que anda junto, que disciplina, que ajuda. Este home tinha duas grandes características: Desapego e Consolador
1. Desapego
Barnabé ficou conhecido por ser desapegado dos bens materiais. Vejamos:
35 E repartia-se a cada um, segundo a necessidade que cada um tinha. 36 Então José, cognominado pelos apóstolos Barnabé(que, traduzido, é Filho da consolação), levita, natural de Chipre, 37 Possuindo uma herdade, vendeu-a, e trouxe o preço, e o depositou aos pés dos apóstolos. (Atos 4.35-27)
Para quem não se recorda foi tentando imitar Barnabé que Ananias e Safira caíram na tentação de mentir ao Espírito Santo!
2. Consolador
Barnabé, tem a mesma característica do Espírito Santo, vem da união das palavras Bar (filho de) e paraclisis que vem da raiz “paracletos”, que é o nome dado ao Espírito Santo.
Em Atos 9.26 Paulo chegou a Jerusalém e procurava juntar-se aos discípulos. Ora ninguém confiava em Paulo, nem imaginava que viria a se tornar o grande Paulo, que escreveu mais da metade dos livros do novo testamento. Era um novo convertido que ninguém acreditava que fosse convertido de verdade.
Todos o temiam e não acreditavam que fosse um discípulo, neste contexto Barnabé, guiado pelo Espírito Santo acreditou em Saulo e andou com ele.
Às vezes, não acreditar que determinada pessoa se converteu é uma tendência diabólica no meio da igreja. Uma desconfiança entre os irmãos. Aqueles que se rogam com o dom do discernimento já se levantam e veem a pessoa como falsa.
O espírito nasceu de novo, mas a alma está sendo tratada. Parece que esperamos que o bebê na fé se torne adulto instantaneamente. Muitas vezes, a pessoa que toma a decisão tem um cheiro forte de cigarro que chega a dar náuseas. Para alguns, é um processo de cura da alma, até que ele vença o cigarro. Mas, algum desconfiado chega para os outros e diz: “Vocês acreditam que fulano se converteu?” Continua fumando, sinto o cheiro!
Assim como Saulo precisou de Barnabé para se tornar Paulo. Muitos estão dentro da igreja precisando de alguém que ande junto, que acompanhe, que acredite, que consolo, que anime.
Paulo era um candidato a se desviar se ninguém o tivesse acolhido.
Quantas pessoas já jogamos para fora da igreja com nossos preconceitos? Em achar que deveriam ser perfeitas? Em querer enxugar o rol de membros, eu me coloco entre estes irmãos!
3. Fator Barnabé
O Fator Barnabé, segundo o pastor Abe Huber, autor do livro Discipulado um a um, tem a ver com as características de Barnabé.
Ser cheio do Espírito Santo a ponto de não estar desapegado à vida material e estar disposto a acompanhar os novos convertidos até o momento que eles passem a andar com outros novos convertidos.
Barnabé acompanhou Paulo até o capítulo 15 de Atos, depois ele não apareceu mais. É o ponto em que provavelmente ele passou a se dedicar a algum outro novo convertido. Paulo então já tinha seus seguidores e o conhecimento e a disciplina adquirida de Barnabé!
Um verdadeiro adorador tem que ter intimidade com Deus. É o vertical que gera o horizontal. É a intimidade com Deus que nos molda, mas também precisamos de um ombro amigo para caminhar junto.
CONCLUSÃO:
- É mais importante integrar alguém à igreja do que levá-lo a tomar uma decisão.
- Para integrar alguém à vida da igreja local é preciso cultivar uma amizade profunda.
- Essas amizades profundas são melhor cultivadas em eventos sociais, como um aniversário, casamento, etc, que o Pequeno Grupo vai participar, ou um eventos mais informais, como um churrasco em que seu convidado pode ser um casal de novos convertidos, por exemplo.
- Nesses eventos é necessário tirar muito tempo com a pessoa, para cultivar uma amizade profunda.
- Um adorador “Barnabé” está sempre disposto a custear as despesas da igreja, não se limitando ao mínimo, mas em oração oferta com generosidade.
- Um adorador “Barnabé” deve estar disposto a acompanhar um recém convertido e discipulá-lo.
- Adaptado do Livro Discipulado Um a Um, do Pastor Abe Huber