Jesus, o grande "Eu Sou"
Leitura Bíblica: João 8.21-59
“Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade eu vos digo: antes que Abraão existisse, EU SOU.”
Jesus estava falando aos líderes religiosos de sua época. E quando se fala de fé é importante haver coerência entre o que se fala e o que se vive de fato.
Conta-se uma história de uma igreja que fez uma campanha de oração e jejum para que um centro de umbanda não funcionasse em uma propriedade ao lado da igreja. O centro abriu mas pegou fogo. Então os “pais de santo” entraram na justiça porque entendiam que a igreja era culpada pelo ocorrido. O juiz ao ouvir as partes ficou confuso e disse: Ao que parece temos aqui uma igreja que não crê no poder na oração e um terreiro de umbanda que crê. Parece contraditório. Mas não era tão diferente do que os Judeus e hoje muitos cristãos estão vivendo!
Isto era o que estava ocorrendo com os fariseus. Eles alegavam que estavam esperando o Messias, no entanto, quando veio, não creram. Jesus era, ou deveria ser, esperado pelo povo que deveriam reconhecer sua presença no seu meio. No entanto isso não aconteceu. Principalmente os líderes estavam longe da vontade do Senhor e não tinham disposição alguma para ouvir a Jesus. Não ouviram, não creram. (21). Haviam então este grupo de ouvintes que não entendiam (22-30), mesmo Jesus deixando claro que sua Ele era o grande Eu Sou, ou seja, o próprio Deus. O Eu Sou é uma referência a apresentação de Deus a Moisés. No entanto, aqueles que creram (31-35) tinham a promessa de permanecer na Sua Palavra (31), conhecer a verdade que liberta (32) e ainda ficaram sabendo que o verdadeiro escravo é aquele que comete pecado. Mas que ali estava quem era poderoso para libertar verdadeiramente (36,37) Aqueles que procuravam matá-lo, se diziam filhos de Abraão, mas a Palavra não estava com eles. Os fariseus achavam-se garantidos pela tradição de Abraão, mas não praticavam as obras que Abraão praticou. Pregar uma coisa e fazer outra, além de hipocrisia, deixava claro que a verdadeira intenção dos líderes não era ouvir a Jesus, mas seguir um rito tradicional que os conduzia cada vez mais para longe de Deus. Dois mil anos se passaram e até hoje muitos grupos são liderados por pessoas que continuam a enfatizar e pregar a tradição acima do amor e da verdade pregada por Jesus.
Quando Jesus se descreve como “eu sou” em João 8:58, os judeus tentam apedrejá-lo porque interpretam suas palavras como uma reivindicação blasfema à divindade. Segundo Guthrie, “parece haver pouca dúvida, portanto, de que a declaração de 8:58 pretende transmitir de maneira extraordinária qualidades exclusivamente divinas, como imutabilidade e pré-existência ”(Guthrie, New Testament Theology).
Além dos evangelhos, Apocalipse registra Jesus usando a frase “eu sou” (na construção simples de predicados, e não no sentido absoluto). Em Apocalipse 2:23 Jesus diz: “Eu sou o que perscruta as mentes e os corações”; em Ap 22:16 Ele diz: “Eu sou a raiz e descendente de Davi” (Guthrie, New Testament Theology). Miller, J. E. (2020). I Am Sayings. In J. D. Barry (Org.), Dicionário Bíblico Lexham. Bellingham, WA: Lexham Press.
CONCLUSÃO
Aos pés de Jesus se assentam os que querem escutá-lo.
Conhecer a Palavra, os fariseus conheciam, mas não andavam nelas. Queriam matar Jesus, o que era contrário a tudo que eles publicamente defendiam.
Somente Jesus tem poder para salvar, desde que as pessoas aceitem seus ensinamentos.
Quem pratica o mal é filho do Diabo.
Coisas espirituais se discernem espiritualmente. Não se busca alimento espiritual fora dos caminhos do Senhor. Podem até tentar.
Devemos unir o que acreditamos com o que vivemos. “Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também. Em verdade, em verdade vos digo que o servo não é maior do que seu senhor, nem o enviado, maior do que aquele que o enviou. Ora, se sabeis estas coisas, bem-aventurados sois se as praticardes. (João 13.15-17)